Parecendo que não, passaram dois anos da fundação deste blogue.
Antes de Entrar Aristóteles nasceu da vontade de traduzir em letra de forma reflexões sobre o mundo da perspectiva de um filólogo com preocupações culturais, sociais, políticas, ecológicas e pedagógicas.
Apesar da boa vontade do autor, nem sempre foi possível manter uma regularidade na publicação de textos. Tal deve-se principalmente ao cumprimento de um dos princípios norteadores deste espaço: Antes de Entrar Aristóteles tem muito orgulho de ser um blogue original, no qual se publicam apenas conteúdos inéditos, e ilustrado (sempre que possível) com fotografias próprias. Evita fazer comentários sobre a «actualidade» ou personalizar reflexões; também não serve para partilhar histórias da minha vida nem para conversar ou mandar recados a ninguém; não é um marcador ou plataforma de sugestão de leituras.
Actualmente, o blogue apresenta nove «tags», que aqui recebem o nome de «colecções»:
breviário: memórias e monólogo interior;
cousas de folgar e gentilezas: expressão de Garcia de Resende no prólogo do Cancioneiro Geral, é aqui utilizado para catalogar textos sobre cultura e política cultural;
deleite e lição de sã linguagem: Camilo Castelo Branco (A Queda dum Anjo) é o autor que dá nome à colecção sobre língua portuguesa (a expressão continua com «e sãs doutrinas»);
excelentes costumes & manhas: de novo, Garcia de Resende, no mesmo prólogo, título da «tag» para textos sobre política e sociedade;
facilmente das outras és princesa: o verso de Camões (Os Lusíadas) cataloga textos sobre Lisboa;
no interior dos livros: (título ainda para amadurecer) sobre objectos e inscrições dentro de livros de várias bibliotecas;
obra vtil & necessaria pera bem screuer: sobre ortografia, incluindo o Acordo Ortográfico (provavelmente o maior logro que entidades públicas nos impuseram e certamente o pior que um regime democrático fez a uma língua, revelando ignorância sobre política de língua, conceito de ortografia e o mais elementar bom senso);
philologia: textos sobre línguas clássicas;
quem não sabe arte não na estima: verso de Camões (Os Lusíadas), dá nome à colecção de textos sobre a promoção pública da literatura e da leitura.
Sem pretender auferir de algum reconhecimento ou prestígio, nestes dois anos, o autor foi homenageado pela equipa do Sapo: os textos «A expansão do Metro e o estado da rede ferroviária», «Como aprender latim (a escolha do método)» «Falta o respeito por pessoas com mobilidade reduzida», «Os tempos são outros; os costumes também» e «Financiar a leitura» foram colocados em destaque. Obviamente que os meus destaques seriam outros (como por exemplo «O fim da Arcádia», «O peão é para a via pública», «Todos os dias são dias do livro, mas nem todos os livros são do dia» ou o «Compêndio de insultos online»), mas não quero ser mal-agradecido.
Quanto aos propósitos que orientam o blogue para o futuro, diria que pretendo continuar a escrever, sendo independente, correcto e criativo.